A gente nunca vai dar certo e eu sei disso. E também sei que, na maior das hipóteses, nem vamos chegar a ser nada de mais. Talvez um caso, um rolo ou apenas mais um passatempo... Não vamos ser nada muito grandioso, esplêndido ou cheio de magia, como nas histórias infantis. Nós não temos estrutura para isso. Mas é que, mesmo assim, mesmo sabendo que nunca daríamos certo não por falta de vontade, mas por falta de jeito mesmo, eu gosto de vc. E eu vou achando que devemos tentar mais uma, duas ou, talvez três vezes, porque uma hora vai dar certo, e tem chances de dar...chances bem pequenas, mas tem. E é aí que mora o perigo, esse é o problema porque, mesmo gostando de vc e acreditando que um dia podemos chegar a ser um “casal”, eu sei que pra nós é tudo muito complicado e cheio de obstáculos que ambos não estão afim de enfrentar. E eu também sei que é capaz de quebrarmos a cara e se magoar ainda mais se tentarmos ir em frente com isso. Eu sei, cara, sei que é difícil e que talvez todas as nossas tentativas serao em vão. Eu sei que há chances maiores de darmos errado logo de cara, sei que nossa convivência juntos tem que ser algo planejado porque somos complexos demais. Eu sei e eu tenho medo, morro de medo. Mas eu também morro de vontade de tentar. Tudo bem que temos todos esses poréns e muitas e muitas coisas que podem nos ajudar a dar errado, eu sei que corremos esse risco, mas, além disso, tem o nosso sentimento, tem aquela coisa que insiste em me lembrar de você e me lembrar de como eu gostaria de estar com vc...Como é que fica isso? O que eu faço com isso? Jogo fora? É, é uma boa opção, mas não é tão simples assim. Mas eu também sei que é de toda essa complicação que eu preciso para me sentir completa. Tá vendo só? Uma hora eu tô te querendo cada vez mais perto e não tô ligando para nada do que pode dar errado, mas, outra hora eu quero você distante, porque eu me canso da nossa própria confusão, tenho vontade de jogar tudo pro ar e, também, porque nada disso vai dar certo. Eu sei que não vai. Mas eu também acho que vai sim porque nós somos capazes. E daí eu me sinto de cabeça pra baixo, e nunca sei o que é realmente certo a se fazer. Eu nunca sei se devo te largar ou te agarrar e nunca mais soltar. Eu nunca sei se vale a pena tentar ou se é melhor deixar pra lá, deixar quieto, como está. Eu nunca sei o que fazer quando o assunto somos nós. E sempre dizem que o certo é fazer o que te deixa feliz, mas, e quando o que te deixa feliz também te machuca? O que você faz?”
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